segunda-feira, 2 de maio de 2011

Grupo pede alteração no projeto que cria ministério da microempresa

Manifestantes vieram à Câmara para pedir a retirada da Economia solidária do âmbito do Projeto de Lei 865/11, que cria a Secretaria da Micro e Pequena Empresa. Com status de ministério, o novo órgão participará da formulação de políticas de cooperativismo, associativismo, microempreendedorismo e microcrédito. Ele também vai absorver o Conselho Nacional de Economia Solidária e as competências relativas a cooperativismo e associativismo urbanos do Ministério do Trabalho e Emprego.

Rizoneide Amorim, da coordenação executiva do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, afirmou que o movimento não é contra a criação da secretaria, mas por um Ministério da Economia Solidária, para tratar apenas do trabalho associado e cooperado. Segundo Rizoneide, isso se justifica pela diferença de princípios entre a Economia solidária e o microempreendedorismo.

“Enquanto a micro e a pequena empresa privilegiam a o trabalho individual e assalariado, em que coexistem o patrão e o empregado, na Economia solidária é o contrário: reivindica-se a luta pelo trabalho cooperado”, disse.

Segundo Rizoneide, no Brasil existem mais de 2 milhões de pessoas envolvidas em cerca de 40 mil empreendimentos de Economia solidária, que vão desde bancos comunitários e cooperativas de crédito a produtores e comerciantes de alimentos e produtos artesanais e industrializados. Os princípios que regem o movimento, explica Rizoneide, são autogestão, democracia e relações transparentes.

Diferenças
O relator do projeto na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público, deputado Eudes Xavier (PT-CE), concorda que existem diferenças entre os dois setores, mas afirma que os movimentos devem aproveitar este momento em que o governo apresenta um projeto para fortalecer tanto a Economia solidária quanto as micro e pequenas empresas.

“O meu parecer será baseado na negociação com o governo, para que, ao final, sejam fortalecidos os dois setores. As diferenças filosóficas e de organização, cada movimento vai fazer no dia a dia. Penso que é um momento de muita oportunidade para ambos, principalmente para a Economia solidária”, afirmou.

Segundo Eudes Xavier, um grupo de trabalho com representantes dos dois setores foi criado para e discutir e melhorar o projeto em audiências públicas e em negociações com o governo. Após análise na Comissão de Trabalho, a proposta que cria a secretaria passará pelas comissões de Finanças e Tributação (CFT) e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).
Fonte: Agência Câmara

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