quinta-feira, 14 de abril de 2011

Mercado de PCs sofre retração de 3,2% no 1.º trimestre de 2011, aponta IDC

Crise no Oriente Médio, tragédia no Japão e pouco entusiasmo do consumidor puxaram queda; nos EUA, mercado encolheu 10% e no Japão, 15,9%.

Diversos fatores contribuíram para a queda de 3,2% na entrega de PCs pela indústria no primeiro trimestre de 2011, apontam dados preliminares do IDC divulgados na quarta-feira (13/4).
No período, mais de 80,5 milhões de PCs foram entregues pela indústria, número menor que os 83,2 milhões registrados no mesmo trimestre do ano anterior.
A categoria PCs inclui desktops, portáteis e mininotebooks. Ficam de fora dessa conta handhelds, servidores x86 e tablets de mídia, como o iPad. As entregas registradas dizem respeito ao fornecimento, pelas fábricas, de equipamentos a canais de distribuição e a usuários finais.
A empresa de pesquisas lembrou que sua estimativa de crescimento de 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado já era conservadora, mas o fraco entusiasmo dos consumidores, o aumento no preço do petróleo e as recentes tragédias no Japão colaboraram para a queda.
Só o necessário
Segundo o relatório, intitulado Worldwide Quarterly PC Tracker, os mercados maduros mostraram-se mais focados em substituir apenas o necessário. Os mercados emergentes mostraram-se melhores, dado seu menor índice de saturação. Mas seu crescimento foi menor que o esperado: a região da Ásia Pacífico (que exclui o Japão) cresceu módicos 5,6%.
O analista sênior de pesquisas do IDC Jay Chou avalia que “as consequências dos eventos no Oriente Médio e no Japão serão fatores que influenciarão o desempenho do mercado no curto prazo em 2011, e o sucesso no longo prazo dependerá da habilidade dos fabricantes de articular uma mensagem que vá além das simples especificações de hardware”.
Para Chou, o conceito de “computação boa o suficiente” tem-se firmado como realidade, inicialmente na forma dos mininotebooks e agora com os tablets de mídia. “Forças macroeconômicas podem explicar parte do fluxo do negócio de PCs, mas a questão real sobre a qual os fabricantes devem refletir é como fornecer uma experiência de uso atraente que justifique o gasto em mais potência.”
Em termos regionais, os Estados Unidos tiveram queda de 10% na entrega de PCs pela indústria, causados em parte pela queda da demanda. Na região que compreende Europa, Oriente Médio e África, a retração também foi maior que a esperada, aponta o IDC. No Japão, o declínio foi de 15,9% e na região da Ásia Pacífico houve aumento de 5,6%.
Ranking
Na classificação global dos fabricantes, os três primeiros – HP, Dell e Acer – tiveram retração nas entregas de PC de -2,8%, -1,8% e -15,8%, respectivamente. A Lenovo, em quarto lugar, foi a que mais cresceu (16,3%), seguida da Toshiba (3,8%), em quinto. Todos os outros fabricantes somados – que representam 41% do mercado – tiveram retração de -4,8%. No total, os fabricantes entregaram no 1.o trimestre de 2011 80,5 milhões de PCs, menos que no mesmo período de 2010 (83,2 milhões).
Em termos de fatia de mercado, o ranking global, segundo o IDC, é o seguinte:
1 HP – 18,9%
2 Dell – 12,8%
3 Acer Group – 11,2%
4 Lenovo – 10,1%
5 Toshiba – 6%
Nos Estados Unidos, foram entregues pela indústria 16,1 milhões de PCs no primeiro trimestre - no mesmo período de 2010, foram 18 milhões.
Entre os cinco maiores fabricantes dos EUA, a maior retração no período foi da Acer (-42,1%), seguida por Dell (-11,8%) e HP (-2,4%). Toshiba e Apple, por sua vez, cresceram 10,4% e 9,6%, respectivamente.
Em termos de presença no mercado, HP e Dell dominam 50,1% do mercado, enquanto o grupo de fabricantes não listados responde por uma fatia de 22,8%:
1 HP - 27%
2 Dell – 23,1%
3 Toshiba – 10,3%
4 Apple – 8,5%
5 Acer Group – 8,3%
O IDC avisa que alguns números baseiam-se em estimativas efetuadas antes da divulgação dos relatórios financeiros das respectivas empresas.

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